Diário de Mercado na 6ª feira, 11.11.2016
Efeito Trump” seguiu contaminando emergentes.
Nesta 6ª feira, 11.11, os mercados continuaram digerindo o nebuloso cenário instaurado pela ruptura política nos EUA com a ascensão de Trump à Casa Branca.
Os mercados emergentes continuaram a sofrer revezes hoje, absorvendo ainda as incertezas com o plano de governo do novo presidente norte-americano. Os temores geraram intensa volatilidade especialmente nos mercados de juros, sendo que no Brasil foi um dia especialmente agitado para o câmbio.
Ibovespa
Por aqui, o Ibovespa já abriu derretendo. Logo em seguida recuperou parte das perdas apenas para mais tarde novamente mergulhar ainda mais profundamente. Penalizado pelas ações da Petrobras (PETR4: R$ 14,01; -9,61%; e PETR3: R$ 16,33; -5,82%), que repeliu investidores ao divulgar balanço controverso por conta de prejuízo bilionário acarretado por reavaliações de ativos, o benchmark da bolsa brasileira encerrou aos 59.183 pts (-3,30%), consumando uma tendência de baixa, variando então -3,92% na semana, -8,84% no mês, +36,53% no ano e +25,75% em 12 meses.
Capitais Externos na Bolsa
O robusto giro financeiro total da bolsa foi de R$ 16,3 bilhões, com o mercado à vista somando R$ 15,6 bilhões. No último dado disponível, em 8 de novembro, ocorreu entrada líquida de capital externo de R$ 48 milhões, contabilizando retirada de R$ 1,45 bilhão em novembro, mas, com o acumulado do ano em positivos R$ 16,07 bilhões.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), poucos indicadores de peso. Nos EUA, o sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan mostrou forte avanço na primeira prévia de novembro, avançando a 91,6 pontos, ante 87,2 pontos de outubro, e superando as estimativas do mercado, que apontavam para 87,9.
Na Alemanha, a inflação ao consumidor (IPC) elevou-se em 0,2% em outubro ante setembro, em linha com as estimativas dos agentes, e denotando com o avanço um acumulado de 0,8% no comparativo anual, sem surpresas.
Juros
No mercado de juros, ainda que aliviados pelo recuo do dólar na parte da tarde, viu-se pela manhã significativos ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros doméstica, especialmente na ponta longa, refletindo a elevação da aversão ao risco na leitura dos agentes que aponta para uma maior probabilidade de política monetária restritiva para conter eventual espiral inflacionária nos EUA.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), dadas às incertezas da administração Trump e seu peso sobre maiores probabilidades de elevações de taxas nos EUA pelo Fed, o que se viu na sessão de hoje foi mais uma pujante valorização da moeda norte-americana ante o real, estendendo o movimento visto ontem.
Momentos após a divisa estar negociando acima de R$ 3,50 o Bacen viu-se compelido a jogar água fria, e entrou firme nos leilões de swap cambial tradicionais (operação análoga a uma venda futura de dólares, artifício que não era utilizado pela autoridade há mais de um ano) com objetivo de reduzir o ímpeto e a volatilidade da paridade.
Ao término da sessão a moeda findou cotada a R$ 3,4000 (+1,13%), variando +5,23% na semana, e acumulando +6,55% no mês, -14,16% no ano e -9,77% em 12 meses. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos cedeu a 302 pontos, versus 304 pts de ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatorio de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 11.11.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Freda Reis, CNPI-P, analistas de investimento do BB Investimentos